sábado, 29 de maio de 2010

Como estás de conhecimentos?



1. Rochas sedimentares são classificadas com base no

a) o tamanho das partículas
b) a cor
c) o tipo de camadas
d) a composição mineral


2. Qual destas rochas é feita de conchas e esqueletos de organismos marinhos?

a) Arenito
b) Calcário
c) gesso pedra


3. Qual destas rochas sedimentares é feita de partículas maiores?

a) Conglomerado
b) Arenito


4. Conglomerado é feito de partículas de tamanho silite e argila.

a) Verdadeiro
b) Falso


5. A maioria do calcário tem uma origem bioquímica

a) Verdadeiro
b) Falso


6. "O presente é a chave para o passado". Esta declaração refere-se a

a) Catastrofismo
b) Uniformitarismo


7.As rochas sedimentares são formadas por:

a) erosão de rochas
b) deposição, compactação e cimentação de sedimentos
c) solidificação da rocha derretida como lava


8. O processo de decomposição das rochas em partículas menores é chamado:

a) erosão
b) sedimentação
c) sedimentogenese


9. Os grãos de areia transportados pelos ventos são mais arredondados do que grãos de areia transportados por água:

a)Verdadeiro
b) Falso


10. Num rio, a deposição dos sedimentos ocorre mais no fluxo de água:

a) turbulento
b) lento
c) moderado


11. O nome mais correcto dado para as camadas de rochas sedimentares é o seguinte:

a) Estratos
b) Faixa


12. Cimentação das rochas sedimentares é o resultado do produto químico chamado:

a) ácido clorídrico
b) carbonato de cálcio
c) cloreto de sódio



13. Exemplos de rochas sedimentares são:

a) calcário, mármore e basalto
b) gnaisse
c) xisto de arenito e conglomerado



14. O calcário é formado a partir de:

a) conchas esmagadas ou coral
b) seixos de vários tamanhos
c) areia


Nota: Consulta as soluções no final da página

O que são rochas sedimentares?

As rochas sedimentares são, normalmente, estratificadas e contêm a maioria dos fósseis. A estratificação reflecte as alterações que ocorreram na Terra e os fósseis contam a história da evolução da vida e dão informações acerca dos ambientes do passado, os paleoambientes, rochas sedimentares que permitem inferir as condições e os ambientes antigos associados à sua formação. O conjunto de características texturais, mineralógicas, químicas dos paleoambientes permitem definir o ambiente de sedimentação. Na caracterização dos paleoambientes assumem particular importância os fósseis de fácies ou ambiente. Esses fósseis de ambiente caracterizam-se por pertencerem a seres que ocuparam ambientes muito específicos e que sofreram poucas alterações evolutivas, podendo ser directamente relacionados com organismos actuais.

As rochas sedimentares fornecem importantes informações sobre as variações ambientais ao longo do tempo geológico. Os fósseis, que são vestígios de seres vivos antigos preservados nestas rochas, são a chave para a compreensão da origem e evolução da vida.


A importância económica das rochas sedimentares está nas suas reservas de petróleo, gás natural e carvão mineral, as principais fontes de energia do mundo moderno.

As rochas sedimentares formadas pela acumulação de fragmentos de minerais são denominadas rochas detríticas (p. ex. arenito). Existem também rochas sedimentares formadas pela precipitação de sais a partir de soluções aquosas saturadas (p. ex. evaporito) ou pela atividade de organismos em ambientes marinhos (p. ex. calcário), sendo denominadas rochas químicas.
Os processos sedimentares actuam sobre rochas ígneas, metamórficas e sedimentares preexistentes com a desagregação mecânica e química, erosão e transporte, deposição e litificação de fragmentos (blocos, seixos) e partículas (areias, siltee argila) destas rochas em ambientes sedimentares continentais e marinhos.


Nas juntas de estratificação, ocorrem frequentemente marcas que testemunham a existência de pausas ou de interrupções na sedimentação, exemplos disso são:
• Marcas de ondulação (ripple marks): as marcas de ondulação que se observam em praias actuais aparecem preservadas em alguns arenitos antigos, dando-nos informação sobre o ambiente sedimentar em que a rocha se gerou, sobre a posição original das camadas e sobre a direcção das correntes que as produziram.
• Fendas de dessecação ou fendas de retracção: tratam-se de fendas, que frequentemente se observam em terrenos argilosos actuais, aparecem muitas vezes conservadas em rochas antigas.
• Marcas das gotas da chuva: muitas vezes visíveis em rochas antigas, com aspecto idêntico ao que acontece na actualidade.
• Pegadas, pistas de reptação, fezes fossilizadas: fornecem informações sobre ambientes sedimentares do passado e sobre hábitos dos animais, tipos de alimentação, etc




Todas estas características tornam as rochas sedimentares fundamentais na reconstituição da História da Terra, aplicando o princípio das causas actuais ou princípio do actualismo, para tal é importante referir que não existem "fósseis bons" e "fósseis maus".
Estabelecer uma divisão rígida entre fósseis que são indicadores de idade e fósseis que são inúteis para datação é um procedimento artificial e totalmente desprovido de fundamento. Todos os fósseis encerram algum tipo de informação. Contudo, os fósseis que mais frequentemente são usados para a resolução de questões biostratigráficas, para a caracterização de biozonas e para datação relativa, são aqueles que mais se aproximam das seguintes características ideais:

1 - Ter distribuição estratigráfica tão estreita quanto possível.
Quanto mais curta for a distribuição estratigráfica (na vertical, ao longo das sequências de estratos geológicos) dos fósseis de um dado grupo biológico, mais úteis esses fósseis são para a caracterização de intervalos estratigráficos. Quanto mais pequenos os intervalos estratigráficos definidos, mais detalhado será a sua datação relativa.

2 - Ter distribuição geográfica tão ampla quanto possível.
A correlação estratigráfica entre camadas geológicas de áreas geográficas distintas é feita com base na comparação das associações de fósseis, presentes nessas mesmas camadas. Quanto mais ampla a distribuição geográfica dos fósseis de um dado táxone, mais ampla a área geográfica em que a correlação estratigráfica com base neles será possível.
3 - Existir em grande quantidade.
Para levar a cabo a correlação estratigráfica entre camadas geológicas localizadas em áreas distintas é necessário ter associações de fósseis (para comparar). Quanto mais abundantes forem os fósseis de um dado táxone, mais fácil será encontrá-los e mais fácil será estabelecer a correlação.
4 - Apresentar características morfológicas distintivas.
Para usar os fósseis de um determinado táxone para datação relativa é necessário identificar esse fóssil até ao nível da espécie ou do género. Se os fósseis não apresentarem características morfológicas que os permitam distinguir de outros fósseis similares (correspondentes a grupos biológicos afins), então a sua identificação será pouco precisa e, consequentemente, a sua utilidade como indicador de idade diminuirá.

Nota: Conceito sedimentos transpõem-nos para um material derivado de desagregação de rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares.




As rochas sedimentares devem ser observadas como produtos finais de um complexo processo que nos contam uma “história” sobre o local da sua formação, dos animais daqueles tempo, no caso de possuírem fosseis, por exemplo. São por isso, arquivos geológicos, que para além de muita importância para a geologia têm enorme relevância para a história da Terra.



De todas as rochas sedimentares, existentes à superfície da Terra, é de referir que cerca de 3/4 da Terra são cobertos por rochas sedimentares que revestem partes dos continentes e dos fundos oceânicos. No entanto, estas formam apenas um película superficial sobre as rochas magmáticas e metamórficas que constituem a maioria do volume rochoso crustal.

Os sedimentos, precursores das rochas sedimentares, encontram-se na superfície terrestre resultantes de fenómenos de meteorização e erosão de rochas pré-existentes assim como de restos orgânicos. Assim são constituídos maioritariamente por areias, siltes e conchas de organismos.
De uma forma sucinta, podemos analisar no esquema a génese das rochas sedimentares, apresentado abaixo:
 
 
Iremos mais tarde estudar cada um dos passos deste ciclo.

O que são fósseis?

Normalmente é quando se dá a deposição de sedimentos que ocorre o enterramento de organismos que poderão originar fósseis. Nos casos em que ocorre boa preservação das evidências orgânicas, reunem-se geralmente quatro condições:
- enterramento rápido;
- com sedimentos finos;
- em ambiente marinho;
- o organismo contém partes duras.



Mas afinal o que são fósseis?

Os fósseis são vestígios de seres vivos ou da actividade biológica, tais como ossos ou pegadas, que tenham existido no nosso planeta num determinado momento. Um dos factores que favorecem a fossilização é a junção de partes duras dos seres e a sua inclusão com sedimentos finos. Existem os fósseis de idade que são fósseis que permitem a datação dos estratos em que se encontram inseridos. Existem ainda os fósseis de fácies que são os fósseis que permitem inferir o ambiente de fossilização da rocha em que se encontram.




Tipos de fósseis:

Somatofósseis: Fósseis provenientes de restos somáticos (=partes do corpo) dos seres. Exemplos deste fósseis são fósseis de dentes, folhas, troncos, carapaças, etc.

Icnofósseis: Fósseis que mostram actividade biológica dos seres. Exemplo destes são as pegadas, de túneis e galerias que eram utilizadas como habitação, excrementos, entre outros.

Fósseis de idade: Quanto menor tiver sido o tempo em que uma dada espécie existiu, mais fácil se torna definir a idade dos sedimentos onde está incorporada. Assim, os melhores fósseis de idade são aqueles que resultam de organismos que viveram durante um curto período da história da Terra. O facto de uma dada espécie ter existido num curto período de tempo permite datá-la com uma certa precisão e consequentemente os sedimentos onde ficou preservada. Exemplo: Trilobite ou Amonite

(Trilobite)

Fósseis de facies: Actualmente, cada espécie tem o seu habitat. Como é o caso dos peixes que só vivem em água embora os e água doce tenham diferentes características dos fósseis de água. Tal como actualmente no passado também existiram espécies com um habitat muito restrito, este tipo de fósseis (que viveram em condições muito restritas) caracterizam muito bem as condições ambientais em que os sedimentos se formaram. Por outro lado, os fósseis de organismos que viveram em condições ambientais muito latas (viveram por exemplo, em ambientes quentes e em ambientes frios), não servem para caracterizar o ambiente em que o sedimento se formou. Por este motivo não são bons fósseis de fáceis. Exemplo:

(Amonite que também é um bom fóssil de fácies)

Existem também fósseis particularmente mais importantes que outros, como:

Fósseis de transição:Em paleontologia, dá-se o nome de forma ou fóssil de transição a um organismo conhecido apenas do registo fóssil que combina características dos seus descendentes e antecessores evolutivos. Estes fósseis são conhecidos popularmente como elos perdidos da evolução, embora o termo seja pouco preciso em termos científicos, uma vez que a evolução das espécies é mais complexa que uma simples cadeia onde há um elo em falta. De fato, a grande maioria dos fósseis de transição não é antecessora direta de formas atuais. Tendo em conta que a evolução das espécies é um processo contínuo, todos os organismos vivos num dado momento representam formas transicionais, mas algumas são particularmente importantes para perceber a relação filogenética entre grupos distintos.
A existência de formas de transição foi postulada pela primeira vez por Charles Darwin no seu livro
A Origem das Espécies, publicado numa altura em que a paleontologia dava os seus primeiros passos enquanto ciência. A ausência de fósseis de transição conhecidos era um grande obstáculo à teoria da evolução, reconhecido pelo próprio Darwin. Dois anos mais tarde, porém, foram descobertos fósseis de Archaeopteryx, numa formação geológica alemã, que combinavam as penas e asas de aves com mandíbulas e cauda de réptil. Nas décadas seguintes, a existência de fósseis de transição foi confirmada por mais descobertas, em particular pelos estudos do paleontólogo Othniel Charles Marsh, que reconstruiu a evolução dos equídeos com base em várias formas transicionais.Os Tetrápodes mais antigos foram descobertos na parte oriental da Gronelândia por uma expedição dinamarquesa, em 1929. Datam da última fase do período devoniano. Dois géneros concentraram a atenção dos investigadores da maior época dos tetrápodes – o Ichthyostega e o Acanthostega. (Transição Peixe-Réptil)



Fósseis vivos

Fósseis vivos são pertencentes a grupos biológicos que, no passado geológico da Terra, foram muito mais abundantes e diversificados que na actualidade.

Frequentemente, a expressão "fóssil vivo" é também utilizada informalmente para qualificar organismos de grupos biológicos actuais que são morfologicamente muito similares a organismos dos quais há conhecimento apenas do registo fóssil.

Exemplos de "fósseis vivos"


Um dos exemplos mais conhecidos de "fósseis vivos" são os celacantos actuais (espécies Latimeria chalumnae e L. menadoensis), um grupo de peixes.
Até à descoberta nas águas do canal de Moçambique, junto às ilhas Comores, de um exemplar vivo que foi atribuído à espécie nova Latimeria chalumnae, em 1939, os celacantos só eram conhecidos do registo fóssil, sendo os mais recentes datados do Cretácico, com mais de de 65 milhões de anos de idade.

Outro exemplo bem conhecido é o do ginkgo (Ginkgo biloba), uma espécie de árvores.

Outro ainda é o do Nautilus e do Allonautilus, dois géneros de cefalópodes representados na actualidade por cerca de meia-dúzia de espécies. O grupo a que estes géneros pertencem, os nautilóides (subclasse Nautiloidea), encontra-se representando na actualidade apenas por estes dois géneros, mas foi um elemento muito importante dos ecossistemas marinhos, por exemplo, do Paleozóico inferior, possuindo registo fóssil abundante e diversificado (com muitos géneros e espécies diferentes).

Há que salientar que, apesar de espécies da actualidade poderem estar, também, representadas no registo fóssil recente, estes "fósseis vivos", apesar de morfologicamente muito similares aos seus parentes conhecidos do registo fóssil remoto (do Cretácico, no final do Mesozóico, por exemplo, no caso dos celacantos), não pertencem, exactamente, às mesmas espécies. Ou seja, não são a mesma entidade biológica.

Mitologia científica e utilidade do conceito de "fóssil vivo"

A expressão "fóssil vivo" há muito que, entre o público em geral, caiu no domínio da "mitologia científica" e é tão popular e utilizada de modo tão indiscriminado que, muitas vezes, é usada apenas para designar organismos actuais com aspecto invulgar e que por isso parecem, aos olhos do leigo, "primitivos" ou, usando outra expressão trivial e desprovida de qualquer significado científico, "pré-históricos".

Alguns autores defendem que o conceito de "fóssil vivo" em contextos científicos e educativos deveria, pura e simplesmente, ser abandonado por não ser minimamente objectivo, nem útil, na abordagem de temas paleontológicos ou evolutivos.


Processos de fossilização:

Mumificação (ou conservação): Este é o mais raro processo e divide-se em:

    Total - Quando a totalidade do ser é envolvido em materiais impermeáveis (resina ou gelo, por exemplo), conservando assim o estado do corpo em que foi coberto.
    Parcial – Quando as parte duras do ser (carapaças, conchas, por exemplo) se agregam às rochas onde se fossilizam e resistem à decomposição.

Mineralização (ou petrificação): Substituição gradual da matéria orgânica do ser por matéria mineral mantendo as suas características físicas. Ocorre quando o organismo é coberto de forma rápida por sedimentos logo após a morte ou após do processo de deterioração. O grau de perfeição da fossilização é determinado pelo grau de deterioração em que o organismo se encontrava quando foi coberto de sedimentos, sendo que pode até ser apenas constituído por esqueleto quando o grau de deterioração era elevado. Quando coberto por sedimentos, estes irão compactar-se acabando por formar rochas.
Moldagem: Consiste no desaparecimento do ser vivo ficando apenas o molde do mesmo na rocha. Podem ser:

     -Molde externo: quando a marca deixada na rocha é a do exterior do ser, sendo que essa parte exterior desaparece.
     -Molde interno: Quando a marca existente na rocha é a do interior do ser, pois os sedimentos penetraram o ser, fazendo a parte interna do ser desaparecer.


Marcas: Processo de fossilização mais abundante que consiste no vestígio deixado pelos seres. Exemplos: pegadas ou ovos de animais.


Ambientes sedimentares

Os ambientes sedimentares mais comuns são:





Existem também, ambientes tectónicos e sedimentares, tal como podemos ver, na seguinte figura:





Modelo cársico



Aspecto de uma gruta numa formação calcária, mostrando as estalagmites e estalactites apresenta-se na seguinte imagem:



Diagénese

Com o continuar da sedimentação, os sedimentos dispostos nos estratos inferiores são compactados (diminuição de volume) e cimentados (precipitação de minerais novos em torno das partículas depositadas, colando-as). Ao conjunto de processos que transformam os sedimentos em rochas sedimentares consolidadas dá-se o nome de diagénese.




A diagénese consiste nas mudanças ou transformações, químicas, físicas e biológicas, sofridas por um sedimento após a sua deposição. Inclui processos tais como: compactação e rearranjo espacial dos grãos, consolidação, cimentação, autigénese, substituição, solução de pressão, precipitação, recristalização, oxidação, redução, desidratação, hidratação, lexiviação, polimerização, adsorção, acção bacteriológica (exº origem do petróleo), os quais são normais na parte superficial da crosta terrestre. Os processos diagenéticos não só se iniciam logo após a deposição do sedimento, como têm um tempo variável na sua ocorrência.

Esquema da compactação dos sedimentos detríticos e circulação dos fluidos entre os poros:


Esquema do fenómeno da solução de pressão, reflectindo a dissolução dos grãos de um mineral resultado das pressões e a cimentação dos poros:


 

Meteorização


As rochas expostas à superfície da crosta terrestre ficam sujeitas às acções físicas e químicas exercidas pelo contacto com a atmosfera (temperatura e vento), hidrosfera (água) e biosfera (seres vivos). Pela sua natureza, os processos e produtos da meteorização química originados pelos diferentes agentes são complexos e interdependentes.


A meteorização não é mais que o resultado das acções físicas e químicas sobre as rochas, como consequência disso as rochas são gradualmente alteradas e desagregadas. Assim, temos a desintegração das rochas por meios mecânicos e a decomposição das mesmas por meios químicos. Evidentemente, estes dois processos não actuam separadamente mas, em função das diferentes condições climáticas, há um que é predominante sobre o outro. A desagregação ou desintegração acontece pela contracção e expansão provocadas pelas variações de temperatura, facilitada pela existência de fendas, as diáclases, resultantes quer das condições de arrefecimento das rochas ígneas, quer do relaxamento da pressão durante a acção das forças tectónicas.

As diáclases enchem-se de água das chuvas e, sobretudo, à noite quando se dá o abaixamento da temperatura, a água gela e aumenta de volume, partindo as rochas por efeito da pressão. Quando a rocha é porosa, a água penetra mais profundamente e o aumento de volume por congelação da água provoca tensões internas capazes de a fragmentar. Também, as variações de temperatura entre o dia e a noite, implica que os distintos coeficientes de dilatação dos minerais que formam as rochas se traduzam em tensões que tendem a aumentar as fissuras e diáclases existentes. Os seres vivos, sobretudo, as raízes de árvores que se desenvolvem nas fissuras, ao crescerem partem grandes blocos com facilidade.



A decomposição das rochas por meios químicos envolve, quase sempre, a presença de água que actua, particularmente, como dissolvente. A decomposição por dissolução é desigual nas distintas rochas, dependendo dos minerais que as constituem. O quartzo é dificilmente solúvel, ao contrário da calcite que é muito solúvel em águas ricas em CO2.



A dissolução efectua-se tanto à superfície, pelas águas de escorrência, como em profundidade pela acção das águas subterrâneas, bem como próximo da superfície pelas águas de infiltração. A água, ao realizar esta acção, actua ao mesmo tempo como agente de transporte das substâncias dissolvidas.

A meteorização vai fragmentando as rochas da crosta originando fragmentos e grãos de diferentes dimensões, os chamados detritos ou clastos que como acabamos de ver os materiais resultantes da meteorização, normalmente, não ficam no seu local de origem. São deslocados para outros locais pelos ventos, gravidade, águas (estado líquido e sólido) -dissolução e detritos ou clastos- e seres vivos, particularmente pelo homem. Desta forma ocorre o transporte.

Erosão

O termo erosão designa o processo ou conjunto de processos, tais como desgaste, transporte e acumulação, que transformam e modelam a superfície da Terra e resultantes da acção dos agentes naturais, nomeadamente as chuvas, o vento, os rios, os glaciares e o mar.

 

 

 
Tipos de Erosão

 
(Chaminés de fada - Erosão Eólica)

Consoante o agente que provoca a erosão, esta adquire diferentes designações:
  • Erosão Eólica: erosão provocada pela acção directa do vento e das partículas por ele transportadas, dando origem, entre outros, às duas ou às rochas em forma de cogumelos.
  • Erosão Fluvial: erosão resultante da acção dos rios sobre a superfície da Terra; a erosão fluvial pode ser lateral (quando o desgaste é efectuado nas margens, provocando o alargamento dos vales) ou vertical (quando a erosão actua no aprofundamento do leito dos rios).
  • Erosão Glaciar: erosão provocada pela acção dos gelos dos glaciares sobre os vales das montanhas enquanto deslizam lentamente em direcção a regiões de menor altitude.
  • Erosão Marítima: erosão sobre a costa provocada pela acção das ondas e das marés e pelos materiais que estes transportam e ainda pela acção química da água do mar.

Transporte

Após a erosão, os sedimentos ficam soltos, como já explicamos anteriormente e sofrem a sua deslocação pelos agentes transportadores, que são, praticamente, os mesmos que actuam na meteorização.

O vento, por exemplo, tem uma acção importante principalmente nos locais onde os produtos da meteorização não estão protegidos por vegetação ou outros obstáculos. O vento arranca detritos incoerentes e secos. Este fenómeno denomina-se deflação, podendo originar um modelado designado por blocos pedunculados (massas rochosas escavadas na parte inferior).


Este tipo de erosão eólica denomina-se corrasão. A acção erosiva causada pelos diferentes tipos de águas (pluviais, fluviais, subterrâneas, lacustres, marinhas, glaciares, etc.) é sobejamente conhecida. Por exemplo, a capacidade de erosão de um rio é máxima quando experimenta grandes cheias e a sua água atinge grande velocidade. A velocidade de desgaste do leito do rio depende do caudal, do declive, da natureza dos detritos arrastados e das rochas constituintes do leito, e varia ao longo do curso do rio.

Durante o transporte ocorre:


Quando estes agentes perdem a capacidade de transportar, devido a uma diminuição da velocidade, ocorre a sedimentação.

Sedimentação




A sedimentação ou deposição ocorre, em vários ambientes (deltaico, lagunar, marinho, torrencial, etc.), sobretudo por acção da gravidade. O agente transportador perde a força de arraste e deposita os detritos que transportava, segundo a dimensão e densidade dos detritos. Como resultado de sucessivos transportes e deposições formam-se camadas ou estratos de sedimentos, disposição característica da grande maioria das rochas sedimentares.




Estratificação

Os sedimentos e as rochas sedimentares são caracterizados pela presença de estratificação - que resulta da formação de camadas paralelas e horizontais, pela deposição contínua de partículas no fundo de um oceano, de um lago, de um rio ou numa superfície continental.


Uma outra caracterísitica das rochas sedimentares é a sua ordenação temporal. Assim numa sequência de estratos que não tenha sido modificada da sua posição original, um estrato é mais antigo do que aquele que está por cima, e mais recente do que o que está por baixo - Princípio da sobreposição.

A estratificação das rochas sedimentares e o príncipio da sobreposição:



Resumidamente existem os seguintes princípios:

Princípio do Actualismo – Baseado na frase “o Presente é a chave do Passado”, isto é, os fenómenos geológicos que existem actualmente podem explicar o que aconteceu no passado.


Princípio da Sobreposição – Apresentado pela primeira vez por Steno, pode ser enunciado como “numa sucessão de estratos, os de baixo são mais antigos e os de cima mais recentes”. Esta aplicação não é só válida para as camadas que se encontram horizontalmente, mas também inclinadas, desde que a deformação de origem tectónica, posterior à deposição dos estratos, não tenha provocado a sua inversão.

Princípio da Inclusão – Se um fragmento de uma rocha A está contido numa rocha B, então a B é mais recente que a A. Ex.: conglomerados, brechas.


Princípio da Continuidade Lateral – Em diferentes pontos da Terra pode haver a mesma sequência de estratos. A correlação entre camadas é válida tendo a mesma datação, mesmo que falte um elemento.

Princípio da Identidade Paleontológica – Se dois estratos tiverem o mesmo conteúdo fossílifero, têm a mesma datação. Neste princípio a existência de espécies que tenham evoluído de forma relativamente rápida e com distribuição geográfica o mais ampla possível – fósseis característicos – ajudam na interpretação deste parâmetro.

Princípio da Intersecção – Toda a estrutura geológica que atravesse outra é mais recente do que a que é atravessada. Ex.: Falhas, filões, superfícies de erosão, batólitos ígneos.


Podemos então concluir que a Estratigrafia é essencial na reconstituição da História da Terra, seguindo as relações no espaço e no tempo dos conjuntos líticos e dos fenómenos neles existentes.

Sedimentogénese

a) Meteorização

Alteração física e química das rochas provocada por diversos agentes (água, ar, vento, mudanças de temperatura, seres vivos).
No Granito, devido a Tensões Tectónicas e/ou Descompressão (alívio de pressão litológica) existem diáclases.
As diáclases podem originar formas diversas como:
  • A alteração do granito nas zonas mais expostas originam
  • Areia Grosseira e Caos de Blocos



a.1) Meteorização física

Verifica-se uma fragmentação da rocha mantendo-se as características originais.
Agentes:
             i) Água

A variação cíclica dos teores em água das rochas origina aumento de volume e retracções.

A acção directa da água sobre as rochas, assim como a acção abrasiva de detritos transportados também aceleram o desgaste e fragmentação das rochas.

            ii) Vento

A acção directa do vento sobre, assim como a acção abrasiva de detritos transportados promovem o desgaste das rochas.

           iii) Gelo – Crioclastia

Por diminuição da temperatura, a água que penetra nas fracturas e poros da rocha pode gelar.

A água, ao mudar de estado, expande-se, e o acréscimo de volume exerce forças que aumentam as fissuras já existentes ou originam novas fissuras.

Deste modo contribuem para a desagregação das rochas.

          iv) Calor – Termoclastia

Todos os corpos sofrem variações no seu volume provocadas por variações de temperatura.

 As rochas são constituídas por minerais diferentes, que se comportam de modo diferenciado quando expostos a variações de temperatura.

           v) Minerais – Haloclastia

Por vezes, a água que existe nas fracturas e poros das rochas contém sais dissolvidos que podem precipitar.

Os cristais formados durante o crescimento exercem uma força expansiva que contribui para uma maior desagregação das rochas.

          vi) Seres vivos

A germinação de sementes em fissuras das rochas e o crescimento de raízes das plantas em fracturas das rochas são responsáveis pelo alargamento de fendas e consequente separação de blocos rochosos.

De igual modo, o balanço da vegetação por acção do vento obrigam ao alargamento das fendas.

Certos animais cavam tocas ou constroem galerias que aumenta o grau de desagregação das rochas ou expõem, ainda mais, as rochas a outros agentes de meteorização.


         vii) Alívio de pressão

A redução da pressão sobre uma massa rochosa, como as rochas magmáticas plutónicas, pode causar a sua expansão e posterior fragmentação devido à formação de diáclases.

Estas podem apresentar uma disposição paralela à superfície, favorecendo a formação de placas, ou em camadas concêntricas semelhantes a escamas de cebola-disjunção esferoidal.

a.2) Meteorização química

Quando se verifica uma alteração, quer na composição química, quer na composição mineralógica.
Alguns minerais são destruídos e outros são formados com estruturas cristalinas mais estáveis nas condições que dominam na superfície terrestre.

           i) Dissolução

Reacção dos minerais com a água ou com um ácido, podendo formar precipitados dos mesmos minerais (calcite, halite, …).


 Ex.: NaCl(s) → Na+(aq) + Cl-(aq)
(Halite)

          ii) Hidratação

Combinação química de minerais com a água (levando também ao aumento de volume).

Ex.: Fe2O3 + 3 H2O →2 Fe(OH)3
(Hematite limonite)

         iii) Desidratação

Remoção de água de minerais.

Ex.: CaSO4.2H2O → CaSO4 + 2 H2O
(Gesso anidrite)

 
         iv) Carbonatação

Quando águas acidificadas reagem com alguns minerais formando produtos solúveis.

Ex.: H2O + CO2 H2CO3 H+ + HCO3 - CaCO3 + H2CO3 Ca2+ + 2 (HCO3-)

Os iões cálcio e hidrogenocarbonato são removidos em solução formando galerias e grutas.
No local ficam impurezas insolúveis, que quando existem óxidos de ferro originam terra rossa, preenchendo bolsas e depressões.
          v) Hidrólise

Quando há substituição de catiões da estrutura de um mineral pelos iões de hidrogénio.
Estes iões podem vir da água ou de um ácido.
Esta reacção de substituição iónica leva à formação de novos e diferentes minerais ou à completa desintegração do mineral original.

Exs.:
MgSiO4 + 4 H+ 2 Mg2+ + H4SiO4
(Olivina)

CaMgSi2O6 + 4 H+ + H2O Ca+ + Mg2+ + H4SiO4
(Piroxena)

Os feldspatos dissolvem-se parcialmente produzindo sílica e ião potássio dissolvidos e um mineral novo, um mineral de argila, a caulinite. Este processo designa-se caulinização.

2 KAlSi3O8 + 2 H2CO3 + H2O  -  Al2Si2O5(OH)4 + 4 SiO2 + 2 K+ + 2 HCO3
  (feldspato + ácido carbonico=argila)


          vi) Oxidação / Redução

Reacções de perda e ganho de electrões.

Ex.: O processo que leva à formação de ferrugem é o resultado da transformação de Fe2+ em Fe3+.
4 FeO + O2 2 → Fe2O3


A dissolução, hidratação, hidrólise, oxidação, redução e lexiviação dos compostos mais solúveis combinam-se de formas diferentes de acordo com o tipo de rocha, o clima e a morfologia da região.

Conclusões a que nos levam as rochas sedimentares.


Interesse Científico dos Fósseis:

A Geologia utiliza os fósseis como meio de reconstituição de paleoambientes (ambientes antigos) e para a geocronologia, onde são usados na datação das rochas e de acontecimentos geológicos, mas nem todos os fósseis possuem utilidade ambígua, alguns são fósseis de fácies e outros de idade (muito importantes pois dada a sua breve passagem pela Terra ajudam a caracterizar a idade das rochas onde fossilizaram). Os primeiros identificam os ambientes de formação das rochas em que se encontram, nomeadamente a profundidade, a temperatura, a luminosidade, a energia, a oxigenação e a salinidade, que são características ambientais vivídas por esses seres vivos.
Os fósseis de fácies são esclarecedores no que toca aos ambientes de formação das rochas sedimentares, dos quais se dividem em três categorias principais:
- Marinhos (ex:Neríticos ou de plataforma continetal);
- Continentais (ex:Fluviais, Lacustres, etc);
- Transição (Deltaicos, Estuarinos, etc).

Geocronologia
"As causas que no passado provocaram as alterações na Terra são as mesmas que se verificam e se observam actualmente"

A datação de rochas e de acontecimentos geológicos pode fazer-se em termos relativos e em termos absolutos. A geocronologia relativa restringe-se ao estabelecer relações de idade através dos conceitos de "anterior", "posterior" e "contemporâneo", apenas pode indicar épocas ou eras.
Trabalha na base com os seguintes princípios:
- princípio da sobreposição: numa sequência estratigráfica, um determinado estrato é mais antigo do que aquele que se encontra por cima (não é válido aquando acontecimentos de inversão estratigráfica);
- princípio da intersecção: qualquer entidade geológica que intersecte outra lhe é posterior;
- princípio da inclusão: as rochas cujos fragmentos se encontram dentro de outra são mais antigas do que ela;
- princípio da continuidade lateral: um estrato que tem a mesma idade em toda a sua extensão;
- princípio da identidade paleontológica: conjuntos de estratos com o mesmo conteúdo fossilifero são da mesma idade (condição que serve de base ao estabelecer-se correlações estratigráficas).
A geneocronologia absoluta determina, como o próprio nome indica, idades absolutas através da aplicação de métodos radiométricos e geralmente são expressas em milhares ou milhões de anos.
Geoistória
Através dos diversos métodos geocronológicos foi possivel a construção de uma escala do tempo geológico, em que as divisões usadas são em função de acontecimentos marcantes na história da Terra. A importância desses acontecimentos está reflectida na hierarquia da escala, de tal forma que os acontecimentos principais limitam as maiores divisões do calendário geológico.

Foi possível determinar que há cerca de 65 milhões de anos houve uma grande crise ecológica global que resultou na extinção da maioria das espécies existentes (cerca de 80%).

Em sintese
- Alguns minerais das rochas sedimentares formam-se por meteorização química de outros que se instabilizaram devidoàs interacções com a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera;
- A meteorização das rochas, tanto química, como física, origina sedimentos que juntamente com os restos orgânicos, farão parte das rochas sedimentares, no seguimento dos processos de erosão, transporte, sedimentação e diagénese;
- As rochas sedimentares podem classificar-se em três grandes grupos: rochas detríticas, quimiogénicas e biogénicas;
- Os fósseis permitem reconstituir a história da evolução biológica, alguns caracterizam o ambiente em que as rochas se formaram (fósseis de fácies) e outros permitem a datação das rochas (fósseis de idade);
- Além do recurso aos fósseis, a geocronologia relativa vale-se de um conjunto de princípios simples baseados, em boa parte, na análise geométrica (princípio da sobreposição, intersecção, etc);
- A geocronologia absoluta permite a datação absoluta das rochas, expressas em anos, a partir de métodos radiométricos.
- As rochas sedimentares tornam-se, assim, arquivos geologicos da história da Terra e dos seres que a habitaram ao longo de milhões de anos, e são, por isso, muito importantes.


Pois bem, estamos a chegar ao fim do nosso trabalho, esperamos que vos tenha sido útil e que sirva para consolidar alguns conceitos e para que deixem de ver rochas como meros "calhaus", afinal elas contam mais histórias do qualquer biblioteca.


Como fomos mostrando ao longo do trabalho o estudo de sedimentos e de rochas sedimentares permite-nos fazer a datação de muitas formações e reconstruir paleoambientes em que a génese destas rochas ocorreu.


A titulo de consolidar e resumir praticamente tudo o que foi abordado:

Convidamo-vos ainda, a realizar algumas das actividades exprimentais, explicadas nos seguinte links:

Formação de estratos

Origem qumica do calcário

Meteorização das rochas sedimentares

Sedimentação